estória §74


Tudo acontece por uma razão. É nisto que eu acredito. Acredito mesmo. Todos nós temos a nossa teoria acerca da vida, das coisas. A minha é esta. Sim, nós podemos construir o nosso futuro, fazer o nosso destino. Mas sinto que algo já está que meio destinado. Acontece-te a situação “X” porque tinha que te acontecer. Havia uma razão para isso. Não foi assim, sem mais nem menos. Tinha que ser. E por mais voltas que desses não irias escapar a isso. É nisto que acredito. És tu que escolhes onde queres estar, com quem queres estar, o que queres fazer ou evitar. Sim, tu tens esse poder. Tu escolhes. Mas no meio dessas coisas existem outras coisas que tu não controlas. Quem controla? Afinal não fazes tu o teu próprio destino? Acho que nestas coisas, o destino também manda um bocadinho. Mesmo sem tu dares conta ou quereres acreditar nisso. Há coisas que simplesmente têm que acontecer. E não estou a falar nas coisas óbvias, como o morrer, fazer anos. Isso são certezas. Não são coisas que simplesmente têm que acontecer. Estas, tu não sabes bem o que são. Não tens poder sobre elas. Não podes escolher se as queres ou não. Elas acontecem. E mesmo que no momento não consigas perceber a sua razão, o seu porquê... Espera, não te vou dizer que um dia vais perceber a razão de todas essas coisas que simplesmente têm que acontecer. Mas vais perceber algumas. E vais perceber que, sim, não podes escolher entre elas acontecerem ou não, mas vais ter a possibilidade de escolher o modo como as vais viver, o modo como elas vão afectar a tua vida e a ti. Podes escolher o depois que vem depois de essas coisas acontecerem. Esse poder já está nas tuas mãos. Por isso eu acredito que as coisas acontecem por alguma razão. Para te pôr à prova. Para sentires-te capaz. Para aprenderes algo. Para sobreviveres e teres algo para contar. Para o que quer que seja. Por qualquer razão. Por alguma coisa, essas coisas existem e acontecem na tua vida sem tu seres capaz de controlar o seu aparecimento ou não.
Sim, tu constróis o teu futuro. Caminhas por onde queres. Segues a estrada que queres. Escolhes as pessoas que queres que permaneçam ao teu lado. Levas contigo a bagagem que mais te faz falta. Sim. Tu tens esse poder. Mas há coisas que encontras no caminho e com as quais não esperavas deparar-te. Nestas alturas, é o destino a dar-te uma mãozinha. Porquê? Não sei. Só sei que as coisas acontecem por alguma razão.



estória §73


O Natal está aí. Aí mesmo à nossa porta. Veio quando as luzes da cidade se mostraram. E depois, veio o cheiro a castanhas assadas, o frio. É isto que me faz lembrar o Natal. Parece que existe uma alegria e magia no ar. Um céu diferente. Um cheiro diferente. Um brilho diferente. A cidade fica diferente até ao fim do ano. Por uns dias apenas fica diferente e especial. Sim, daqui a uns dias já é para o ano. Como o tempo passa. Ainda está tão presente na minha mente os últimos momentos do ano passado. E agora juntam-se tantos mas tantos momentos deste ano. Parece um turbilhão de ideias. Quanta coisa boa aconteceu este ano. Quanta coisa menos boa também aconteceu. Sentes o mesmo? Sentes-te invadido por uma certa nostalgia. Deixas-te embalar por esses momentos que te vão surgindo no pensamento. No coração. Fecha os olhos. Não com força. Fecha-os só levemente. Mergulha neste ano. Sim, vês esse momento… Um sorriso na cara, aposto. Olha outro… Mas talvez uma lágrima a querer romper. E agora… Uma gargalhada. Ou um ar mais pensativo. E depois reparas que percebes melhor certas coisas. Agora olhando com atenção, depois de saberes o que já se passou depois disso, percebes melhor. E isso deixa-te aliviado, não? O tempo ajuda em tudo. No bom e no menos bom. Ainda bem. Abres os olhos. Voltaste ao presente. Foi um ano em cheio. Amigos. Sorrisos. Amores. Desamores. Abraços. Lágrimas. Trabalho. Saídas. Festas. Jantares. Férias. Dias bem passados. Dias mais em baixo. Há de tudo em todos os anos. Foi melhor, ou foi pior? Isso fica para ti. Só espero que 2011 seja igual a este, no mínimo. Mas o que espero mesmo é que tu possas ser mais feliz. É que eu possa ser mais feliz. Que tu tenhas tantos e tantos bons momentos. Que eu tenha tantos e tantos bons momentos. Que rias muito, que abraces muito, que beijes muito. Que tenhas muitas oportunidades de vingares, de te realizares, de arriscares. Que tenhas coragem para enfrentares todos os desafios. Que tenhas muito amor para dar a esses que fazem parte da tua vida. Que estejas sempre rodeado daqueles que mais gastas. E caso contrário, se estiveres sozinho, lembra-te que não estás verdadeiramente só. Está sempre lá alguém para ti, mesmo que não pareça. Por isso, sorriso na cara.

Beijos *
Boa Natal e Feliz 2011

E como alguém disse (António Feio):
“Não deixem nada por fazer, nem nada por dizer”.
Aproveitem ao máximo o que resta de 2010. Sejam felizes e façam felizes os que mais adoram.

Cativa-me


Foi então que apareceu a raposa.
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu delicadamente o principezinho, que se voltou mas não viu ninguém.
- Estou aqui, disse a voz, sob a macieira.
- Quem és tu? perguntou o principezinho. És bem linda...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, disse o principezinho. Estou tão triste...
- Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Mas, depois de ter reflectido, acrescentou:
- O que quer dizer «cativar»?
- Tu não és daqui, disse a raposa, o que é que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer «cativar»?
- Os homens, disse a raposa, têm espingardas e caçam. É bem incomodo! Também criam galinhas. É a única coisa interessante que fazem. Estás à procura de galinhas?
- Não, disse o principezinho, procuro amigos. O que é que quer dizer «cativar»?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa «criar laços...».
- Criar laços?
- Isso mesmo, disse a raposa. Para mim não passas ainda de um rapazinho muito parecido com cem mil rapazinhos. E não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Para ti sou apenas uma raposa semelhante a cem mil raposas. Mas, se me cativares, teremos necessidade um do outro. Para mim serás único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Há uma flor... creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se de tudo sobre a Terra...
(...)
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Gostava de o fazer, respondeu o principezinho, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e muitas coisas para conhecer.
- Só se conhecem as coisas que se cativam, disse a raposa. (...) Se queres ter um amigo, cativa-me!
- O que é que é preciso fazer? disse o principezinho.
- É necessário ser paciente, respondeu a raposa. Sentas-te primeiro um pouco longe de mim, assim, na erva. Eu olhar-te-ei pelo canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é a fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, poderás sentar-te um pouco mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Era preferível teres voltado à mesma hora, disse a raposa. Se vieres, por exemplo às quatro da tarde, a partir das três começarei a sentir-me feliz. Quanto mais a hora avançar, mais me sentirei feliz. Chegadas as quatro horas já estaria agitada e inquieta; descobriria o preço da felicidade! Mas se vieres a qualquer hora, ficarei sem saber a que horas hei-de vestir o meu coração... Os rituais são necessários.

*Antoine de Saint-Exupéry

estória §72


Imagina: Perdes a cabeça. Sim! Isso. Perdes a cabeça. Simplesmente. Já o fizeste alguma fez? Já sentiste o que isso provoca em ti? Já? Não…? Estás à espera de do quê? É verdade, não existem muitas coisas perfeitas. Não existe uma pessoa perfeita. Um emprego prefeito. Uma vida perfeita. Não há. Simplesmente. Mas existem momentos perfeitos. Sim. Uns segundos, minutos, o que seja, em que tudo é perfeito. E sabes como podes “obter” esses momentos? Bem, perdes a cabeça! Nem mais. Fazer uma loucura pode enlouquecer-nos. Mas também deixar-nos muito felizes. E aí… Aí “obtens” um momento perfeito. Parece-te bem? Tenta. Experimenta. Pode parecer difícil. Que não tens coragem para tal. Mas, por favor, perde a cabeça. Vai valer a pena. Porque vale sempre a pena “obter” um momento perfeito. Já que o “perfeito” é algo tão escasso. Deixa que Tu possas experimentar isso. Teres em Ti essa sensação de seres apenas tu e tudo em ti. Que não há mais nada no mundo. A sensação que parece que todo o universo conspirou isso a favor de ti. Vais ver como isso é tão bom. Que vale a pena perderes a cabeça. Porque não existe a pessoa perfeita, o emprego perfeito, a vida perfeita. Mas existe momentos perfeitos.

Lembra-te:

"Fazer uma loucura pode enlouquecer-nos mas também deixar-nos muito felizes"
* Holiday in Handcuffs

estória §71


Estava frio. Mas eu estava tão quentinha no casaco de fazenda que apenas o notei na minha cara. O meu nariz estava tão tão frio e as minhas mãos também. “Mãos frias, coração quente”. Sim, está quentinho. Mas espero que aqueça mais. Havia bastantes pessoas na rua. Umas tomavam café, outras olhavam as montras, outras que conversavam, outras que andavam de mãos dadas, outras que tinham crianças ao colo. Eu simplesmente andava por lá. Foi bom sentir o frio na cara. Foi bom sentir-me bem. Sim. Já estava com saudades de me sentir bem. E depois a cidade iluminou-se. Luzes por todo o lado. Nas lojas. Nas ruas. É tão bom olhar Lisboa. É tão bom ver aquelas luzinhas, diferentes em cada rua. Tenho que as ir ver outra vez. Ver melhor. Adoro ver as luzes de Natal. Lisboa fica diferente. Parece… mais acolhedora. As luzes aquecem. E parece que as pessoas ficam mais felizes. Andam pelas ruas. Há sorrisos e gargalhadas. Há paixão entre elas. Há olhares. Há mãos entrelaçadas. Há tudo. Há cheiro a castanhas assadas. Coisa que não gosto. Mas o cheiro delas é bom. Traz o Inverno. E é todo um clima com um quê de magia. Lisboa fica diferente.
O cheiro a castanhas assadas. Traz o Inverno. As luzes pela Baixa. Trazem o Natal.

estória §70


"What happens, happens."
*Grey's Anatomy

É apenas um conselho. Escuta-o se quiseres. Tu escolhes aquilo que queres ouvir e saber. Estás nas tuas mãos. Mas acho que é um bom conselho. Para mim é-o. E agora mais do que nunca vou escutar este conselho que dou a mim mesma. Vou "esfregá-lo" bem na minha cara de modo a que não o esqueça. A que esteja sempre presente no meu pensamento. Se o tiver constantemente na minha cabeça [no meu coração] as coisas vão correr melhor. A vida vai ser mais fácil. Sem tantas preocupações. De certeza que já ouviste muitas vezes outros disserem isto, falarem disto. "Aproveita o momento". Sim. É isto. Aproveita o que acontecer no agora. Não estejas à espera. Não penses no depois. Agora. Agora é que interessa. Vive o agora. Não faças grandes planos. Não penses à frente. Não imagines tão alto que depois caias. Deixa-te estar no agora. Fica-te por aí e aproveita isso. Sem fazeres muitos planos para depois, vais ver como tudo tem um sabor diferente. Não te importes com o que virá depois. Apenas com o que acontece no agora. E fica feliz com isso. Vai ser muito mais fácil sorrires e andares feliz. Acredita.

estória §69


Expect nothing and you'll be surprised of something.
*

Por vezes esperamos de mais da vida. Queremos mais do que esta nos tem para oferecer. Nos tem para dar. Queremos mais e mais. Somos exigentes. Somos mesmo. Desisti de ser assim. Não quero saber. Não quero saber do que ela me dá. Não quero saber se ela não me dá mais do que aquilo que eu tenho. Mas não quero saber no bom sentido. Não vou estar à espera que o dia seja fantástico. Não vou estar à espera de encontrar o príncipe encantado. Não vou estar à espera que esteja sempre sol. Não vou. Porque é pior estar à espera. É pior do que se acontecer simplesmente. Assim é bastante simples. E de uma maneira bem mais feliz. É uma sensação tão boa quando acontece algo que não estávamos à espera, mas que vai de encontro ao que realmente queríamos. Adoro. Vai sempre haver alguma coisa que te vai deixar bem mais feliz. Com um sorriso na cara e o coração mais quente. Encontras uma simples coisa que te deixe contente. E passas a dar muito mais valor a essas pequenas coisas.

estória §68


Parabéns amore mio!

Que tenhas tudo o que desejas. Que tenhas o melhor. Que sejas feliz.
Beijo e um chi-coração @ Adoro-te.
Forever and Ever

estória §67


Hoje apercebi-me que não sabia o que fazer contigo. Não sabia onde te pôr agora que não te trago comigo. Já te tinha deixado ficar, é certo. Já o tinha feito desde aquele dia (que para ser sincera, já não me lembro bem quando foi, só vendo, mas ainda bem que não o sei com precisão). Mas tinha-te apenas deixado para trás. Não estavas em lado nenhum. Não é que te vá pôr um lugar especial. Não o mereces. Mas também não te quero deixar assim no vazio. O vazio é algo demasiado grande para ti. E hoje descobri o sítio onde te devia pôr. Pois foi. Eu tirei-te daquela caixa coberta de pó que estava cheia de coisas antigas. Tu és antigo para mim. E estavas lá juntamente com todas as outras coisas da minha infância. Agora… Agora vou-te colocar numa gaveta onde já existem coisas antigas que não me fazem falta. Mas as quais vou guardar. Numa gaveta daquela estante que são só gavetas. Vais ficar lá. Porque lá, nessa gaveta que estou a falar, estão as coisas que de algum certo modo foram importantes para mim num dado momento. Sim. Podes não o ser agora. Mas tiveste alguma importância para mim. E assim guardo-te com um certo carinho que uma pessoa tem pelas coisas antigas. Aqueles objectos que nos fazem recordar de certos momentos. E que [anos mais tarde] nos deixam com um leve sorriso no rosto. Ainda não o sei. Mas tu vais-me deixar com esse sorriso. Um dia. Vais ser uma recordação, um momento feliz do meu passado. E por isso vou-te guardar naquela gaveta. Juntamente com as outras coisas. Tem lá espaço mais que suficiente para ti. Agora já não tinha qualquer sentido eu ter uma gaveta só para ti. Não podias ter assim tanto da minha atenção e do meu tempo. Não o mereces. Assim ficas na gaveta das coisas antigas. Das quais só nos lembramos que estão lá quando a abrimos. E ficamos parvos por ter lá aquilo. E depois… Depois vem o leve sorriso no rosto.

estória §66


Nobody chooses to be a freak. Most people don't realize they're a freak until it's way to late to change it. No matter how much of a freak you end up being, chances are there's still someone out there for you. Unless of course, they've already moved on. Because when it comes to love, even freaks can't wait forever.
*Grey's Anatomy

É verdade. Ninguém escolher ser aquilo que é, independentemente do que seja. Magro. Gordo. Feio. Bonito. Alto. Baixo. Que gosta de tudo e mais alguma coisa. Que nada lhe agrada à vista. Selectivo. Esquisito. Que tudo o que vem à rede é peixe. Teimoso. Chato. Simpático. Resmungão. Gabarola. Tímido. Esquecido. Brincalhão. Aluado. Rezingão. Distraído. Bem, não interessa o que alguém é. Porque ninguém o escolhe ser. Toda a gente tem a sua "esquisitice", no fim de contas. Só há em aceitar o que somos. E que aqueles que estão connosco também o aceitem e compreendem. E esteja lá para nos apoiar. Isso é que é importante. É isso que pode fazer a diferença na nossa vida. Por vezes não nos apercebemos da nossa "esquisitice" até alguém reparar nela ou por nós próprios nos depararmos com alguma dificuldade e sermos obrigados a mudar a tal "esquisitice". Pois é. Não temos culpa de sermos assim. Mas por vezes podemo-nos ver obrigados a mudar. E às vezes isso pode ocorrer tarde de mais. Ou melhor, por mais que tentemos mudar, às vezes, pode já não adiantar de nada, pois iremos continuar sempre assim. E aí, é vivermos com a nossa "esquisitice" da melhor forma possível. E mais uma vez, que aqueles que estão connosco aceitem, compreendam e nos apoiem. Que estejam lá para nós e que nós também estejamos lá para as suas "esquisitices". Afinal é o que todos queremos. Ter alguém para as nossas "esquisitices".

estória §65


10 do 10 de dois mil e 10. Engraçado. Estas coisas são engraçadas. Como as horas quando casam. Como os anos quando casam. Gosto. Acho piada. Não me perguntem porquê. Porque não sei. Mas acho piada. Há coisas assim, não há? Que nos deixam assim com um sorriso a querer espreitar. Só que depois pensasse: quão tonto é isto - Gostar destas coisas! É mesmo algo tonto. E ainda há mais. Há quem acredite que estas "coisas tontas" possam trazer algum tipo de sorte e energia positiva. Verdade? Não sei. Foi um bom dia, por acaso. Mas se estas coisas trazem sempre sorte, acho que nunca se saberá. Apenas gosto destas.. coincidências (?) ou lá o que quiserem chamar. E a vida também é feita destas pequenas coisas tontas. E depois também podemos associar algumas coincidências destas a pessoas que nos são queridas. E é tão bom. Graças a uma dessas pessoas hoje reparei que era dia 10 do mês 10 do ano dois mil e 10. Cute*

estória §64


Sábio ou embriagado? 8 ou 80? Na vida há sempre extremos. E há sempre alguém que vive nesses extremos. É bom? É mau? Sim. Não. Depende da pessoa. Há pessoas para tudo. Por isso há quem viva sábio e também quem passe a vida embriagado. Aqui estão dois estilos bem diferentes de viver. Sábio aquele que vive em linha recta. Aquele ser humano que não se deixa influenciar com nada, que mantém uma certa distância dos acontecimentos, sejam eles bons ou maus. Sim, podemos chamá-lo de pessoa “fria”. Que parece que não fica feliz com nada, mas também não se vai abaixo quando algo de menos bom ocorre. Nada o aquece nem arrefece. É “insensível”? Sim, se calhar é como as outras pessoas o vêem. Pois bem, no pólo oposto está aquele sujeito que anda sempre embriagado. Entenda-se por embriagado não a pessoa que anda sempre bêbedo de vinho, mas aquela outra pessoa muito emocional, tal como uma pessoa bêbeda, as emoções estão sempre bastante presentes, sejam elas boas ou más. Acontece algo de positivo e lá está essa pessoa a pular de alegria, acontece algo de menos bom e essa pessoa está de rastos como se fosse o fim do mundo. É a dita pessoa que chora por tudo e por nada ao mesmo tempo que sorri sem mais nem menos. Tudo é vivido com demasiada emoção. Ambos estes tipos de pessoas são sem dúvida muito extremistas. E uma vida destas não é algo que seja muito convidativo. Então… Viver como? Seguindo um ditado: “No meio é que está a virtude”. Acho que é bom termos um bocadinho de cada um destes extremos. Por vezes, era bom manter a distância de certas coisas que nos acontecem. Sermos frios e não nos importarmos com isso. Seguirmos o caminho sem alterar a velocidade dos nossos passos. Ficarmos seremos independentemente do tão mau que seja o acontecimento. Sermos fortes o suficiente para manter as emoções fora do barulho. Sermos o mais racional possível. Mas nem sempre (ou melhor, raramente) conseguimos ser assim tão frios. E as emoções vêm sem darmos conta delas. Apoderam-se de nós e do nosso pensamento. Ficamos totalmente sem pensar. São emoções por todos os lados. Há situações assim, numas pessoas mais, noutras menos, mas este turbilhão de emoções existe. O que dava mais jeito nestes casos era conseguir-se controlar um pouco isto. Rodar o botão do “volume” da quantidade das emoções, de modo a diminuir as emoções que temos, para que não fossem tão fortes. Isso seria o ideal. Mas não. Ninguém disse que a vida seria perfeita. E ela não é mesmo. Há que sabermos tirar o maior partido de tudo. Aproveitar tudo. De bom e de menos bom. Com tempo, uma pessoa pode aprender a vivenciar melhor certas situações. Vamo-nos conhecendo melhor a nós próprios, às nossas emoções e aos nossos pensamentos. Não devemos sempre afastarmo-nos dos acontecimentos e das pessoas. Temos que nos envolver, para vivermos. Mas temos que saber gerir o que se passa cá dentro para não sermos demasiadamente emotivos. Tem que haver um equilíbrio. Como em tudo na vida.

estória §63

Contra factos não há argumentos. Vi factos. Portanto está na hora de seguir. Já estava há muito tempo. Mas só agora é que eu consegui tomar esta decisão de vez. Pelo menos penso que a vou tomar de vez. Já é bom. Já o tinha feito há uns tempos atrás. E hoje volto a fazê-la. Chega de ficar neste sítio. Não é acolhedor aqui. Não sou feliz aqui. Está na hora de partir. O relógio não pára e já perdi muito tempo com tudo isto. Vou seguir viagem. Para onde? Não sei. Vou. Só isso. Vou sem me importar até onde chegarei. Espero que seja um sítio reconfortante. Que me faça feliz. Não importa quem esteja lá. Sei quem poderá já lá estar. Eles vão estar lá sempre. E isso dá-me confiança. O resto logo se vê. Mas sei que será melhor. Só pode ser. É. É mesmo hora de avançar. Dar o primeiro passo. Que é o que custa mais. Vai mesmo custar. Mas agora tenho um “motivo”. Agora vou aproveitar isso para ir. E depois desse primeiro e difícil passo tudo se torna mais fácil. As coisas vão ficando para trás. Cada vez mais longe do coração. Ainda bem. Não quero mesmo pensar no que poderá vir. Eu sei que é algo bom. Quero acreditar nisso. Coisas boas atraem coisas boas. É bom pensar que sim. Faz-me sentir mais confiante e de que vou ser capaz de fazer isto. As malas estão quase prontas. Também não é muita coisa. Tudo o que necessito está comigo como sempre esteve. Tudo o resto, o que não faz falta verdadeiramente, fica pelo caminho. Mais um bocado confiança e esperança, abraços e sorrisos. E estarei pronta. Vai ser desta. Acreditem em mim.

estória §62


Adoro fotografias. Adoro tirar fotografias a tudo e mais alguma coisa. Adoro tirar fotografias àqueles e com aqueles que mais gosto. Gosto de fotografar por um simples facto. Para mim é como se conseguisse que as coisas sentidas, pensadas, ditas naquele momento em que se tira a fotografia, é como se tudo ficasse lá, naquele rectângulo de cor ou a preto e branco. Um rectângulo que pode conter o segundo mais feliz, a batida do coração mais forte, o abraço mais sentido, o sorriso mais sincero, a força de esconder uma lágrima. Tudo corre tão rápido à nossa volta, o tempo não pára nem um segundo. É incrível. E, por vezes, parece que as coisas passam por nós demasiado rápido. Escapam-nos das mãos como se fosse água. Por isso gosto de fotografias. Lá está tudo. Num segundo guarda-se tudo. As fotografias têm esse poder fantástico. Pelo menos para mim. E é verdade. Há uma outra razão para gostar tanto de fotografias. Eu sou uma pessoa esquecida. Não é defeito, já é feitio. E as fotografias ajudam. É sempre mais fácil lembrarmos coisas quando vemos uma fotografia. Olha-se e as coisas vão surgindo na cabeça. Lembramos isto e aquilo. O que foi dito por nós e por quem estava connosco a partilhar este momento. Lembramos como estávamos. Se contentes, se tristes, se bem dispostos. E depois reparamos que estamos com um sorriso na cara. Que a saudade começa a querer espreitar. Vem a nostalgia. É bom. É uma sensação boa, reconfortante. Fica-se feliz. Ao olhar-se para o passado e lembrar os momentos passados através de uma fotografia. Está tudo como que eternizado naquele rectângulo. É magia. Pura magia. Mas nem sempre uma fotografia nos traz algo bom. Pode-nos vir ao pensamento um momento mais difícil, mais triste. Mas isso também é bom, vendo por outro lado. Estamos aqui, no presente, bem, felizes por recordar algo menos bom que já nos aconteceu. Pois, é isso. Algo que já passou. Ao qual sobrevivemos, diga-se. Estamos aqui a lembrar esse momento. E podemos escolher não o lembrar mais. Guardar a fotografia no baú lá em cima no sótão. Ou então olhar para ela quando calhar e pensar que passámos por aquilo e que agora estamos aqui felizes. Com as fotografias é assim. Podemos escolher se as queremos ver, se queremos lembrar aquilo. Dá muito jeito. Com as fotografias faz-se o que às vezes se gostaria de fazer com a vida, com esses momentos fotografados. Viver ou não esses momentos, esses rectângulos. Pensar o que quisermos sobre eles. Escondê-los ou deixá-los na nossa vida. Eternizar algo bom. Eternizar tudo, tudo.
É magia. Pura magia.

estória §61


Voltei a casa. Estou cá à um dia. Olhei de relance e parece que estava tudo na mesma. Tudo igual a quando eu me fui embora. As mesmas pessoas. As mesmas coisas. E foi bom. Foi bom que passado este tempo as coisas estavam praticamente na mesma. O lugar que tomo como o mais seguro na minha vida estava quase intacto. E digo quase porque estava mesmo quase. Não estava totalmente intacto. Totalmente igual. Estava quase. Praticamente. Parecia igual. Porque na verdade haviam pequenas mudanças. Leves. Subtis mudanças que me deram o sinal de que a vida aqui continuou sem mim. Sem isso diria mesmo que tudo parou por aqui com a minha ausência. Mas não. A vida continua em qualquer parte. Comigo ou sem mim. Mas foi bom ver essas pequenas mudanças. Esses pequenos detalhes. Uns que aconteceram para nós. Para mim. Outros que foi para todos. As coisas voltaram ao "normal". A minha vida voltou ao que era antes. Olha-se de relance para ela e parece que está tudo na mesma. Que as coisas estão praticamente iguais em mim. Mas não. Também eu tenho subtis mudanças. Umas feitas por mim própria. A todo o custo. Porque por vezes tem que ser. E quando se está longe é mais fácil. Outras foram feitas por outros. E essas não se podem controlar. Querer ou não querer. Elas vêm direitas a nós e mudam-nos. Afectam-nos. Mas foi algo que provocou uma boa mudança. Enchi-me de coisas novas. Pessoas novas. Sorrisos novos. Vozes novas. Tanta mas tanta coisa. Fiquei a abarrotar. As coisas ainda se estão a digerir. Estes dias ainda servem como processo de adaptação e acomodação de tudo o que aconteceu. De tudo o que aconteceu lá com o que aconteceu cá. Do meu "Eu" antigo com o meu "Eu" novo. O antes com o depois. Ainda está tudo em balanço. Mas este vai ser um balanço com saldo positivo. Longe dos problemas. Bons momentos. Pessoas fantásticas. Muita saudade. Mas sabe bem voltar a casa. Ao porto seguro.

estória §60


Sentámo-nos. Não existia mais nada além de nós, do verde à nossa volta e do azul e branco do céu. O sol espreitava de vez em quando por detrás das nuvens. Aqui parece sempre que está tímido, que tem medo de se mostrar. Tal como eu. Permaneci sentada no banco. Com o casaco vestido, mas não tinha frio. Estava bem. Estou bem aqui. Depois de algum tempo deitei-me. Pus o capuz na cabeça e deitei-me no banco. Fechei os olhos e deixei tudo. Quero deixar(-te). Não havia mais nada. Só ouvia o vento. As ovelhas e as vacas como que a falarem. Até elas parecem que falam. Também gostava que nós falamos. Nem que fosse só que parecesse. Ouvi por vezes algumas bicicletas e pessoas que passavam pelo caminho ali ao lado. Mas mais nada. O sol ganhou coragem e atreveu-se a espreitar. E senti o seu calor. Senti a cara quentinha e as pernas. Foi bom. Fiquei ali assim sem pensar em nada. Com os olhos fechados, os braços em redor do corpo. A cabeça vazia. Completamente vazia. Não estavas nos meus pensamentos. Apercebo-me agora. Abri os olhos por momentos e só vi o céu. Existiam algumas nuvens. E constatei que nada parara naquele momento. Via as nuvens a andar. A terra continuava a girar. Tudo continuava a mover-se. Tudo continuava a acontecer. Mas na minha cabeça tudo estava tão parado. Não existia nada. Não existias. Nenhum pensamento. Nada mesmo. Só uma coisa veio estragar, por assim dizer. O vento. Nada é perfeito para sempre. É verdade. Mas aquilo foi perfeito enquanto durou. Mesmo que tivesse sido só algumas horas. Foi bom ter acontecido. Comecei a sentir o vento mais vezes. A passar por mim. E fiquei com frio. Estava mais forte. Estava a mandar-me embora. Sentei-me novamente. Pus o lenço em redor do pescoço e fechei o fecho do casaco. Estava arrepiada. Não pensei na altura. Mas agora gostava que me tivesses abraçado. Tinha sido bom. Mas o objectivo aqui é não pensar e deixar as coisas irem. Por isso, estava ali só mas não sozinha. Levantámo-nos e começámos a andar de volta para aqui. Estava tão bem. Sentia-me leve. Leve de ti. Não pensei nem um segundo em nada de ti.
E isso pôs-me um sorriso por dentro. Que apenas eu podia ver.

estória §59


"Liberta-te, desprende-te"
*Cathy Kelly

Ao longo da vida, uma pessoa prende-se a diversas coisas, diversos sítios, diversas pessoas, diversos sorrisos, olhares. E, por vezes, fica prisioneira autêntica disso, mesmo sem ter a plena consciência disso, mesmo sei se aperceber. Há coisas que são viciantes para nós. Coisas boas e coisas.. menos boas! Houve um dia em que me prendi a algo. Quer dizer, não foi assim só num dia que me prendi a isso. Foi com o correr dos dias. Vários dias ajudaram a que eu me prendesse a isso. É. Prendi-me mesmo. Infelizmente - digo-o só agora, pois só agora é que me apercebi disso. Eu fui-me deixando estar presa. Queria, melhor dizendo. Queria estar presa a isso. Mas agora descobri que isso é uma daquelas coisas.. menos boas! Infelizmente. E já o devia ter descoberto à mais tempo. Mas queria estar presa. Não devia de querer isso. Mas não se escolhe. Não se escolhe as coisas a que nos queremos prender. E assim foi. E agora, agora consegui olhar de fora. De fora de mim. Consegui ver ao que me estava realmente a prender. E é, sem dúvida, uma coisa menos boa! Por isso, resolvi que tenho que me libertar dela. Desprender-me dela. Tenho que me livrar dela. Tenho. Mas vai ser difícil. Tenho a certeza disso. Rezo para o conseguir fazer. Peço a tudo e a todos que o processo de "desprendização" seja fácil, mas principalmente rápido. Começo a estar farta de estar presa. Agora. Agora penso que começo a estar farta. Que irónico. Antes só queria estar presa para sempre. Agora quero me desprender da noite para o dia. Bem, ainda não se quero mesmo. Se quero mesmo a sério desprender-me. Mas sei que é o melhor. E, por isso, tenho que o fazer. Porque é o melhor para mim. Tenho que o fazer nem que seja por mim. E só isso é suficiente. Pois, se eu não o fizer por mim, vou fazer por quem? Depois de agora vou começar este processo de "desprendização". Vai começar longe. E desse longe vou vir nova. Diferente. Vou libertar-me e desprender-me de tudo o que está a mais. Chega de coisas a mais. Coisas a mais é mau. Ocupam espaço. Fazem pó. E depois tenho mais para limpar. E eu não gosto muito de limpar o pó.
Está dito. Tenho que me desprender. Agora.

estória §58


Os dias correm. Uns atrás dos outros. Sem pressa de acabarem. Parecem todos iguais. Infelizmente. Parece que todos os dias é as mesmas coisas. O mesmo ritmo. As mesmas coisas a fazer. As mesmas pessoas. O mesmo rosto. Os mesmo sentimentos. A mesma irritação. O mesmo aperto no coração. A mesma vontade de deitar tudo cá para fora. O mesmo querer falar sem ninguém para ouvir. As mesmas lágrimas ao canto dos olhos. Por vezes é assim. Por vezes os dias revelam-se desta maneira. Não há sol e o céu está com nuvens. É. Surge uma raiva e uma irritação fora do normal e inapropriada. Não se consegue controlar. E apenas se deseja que fosse diferente. E apenas se quer mudar as coisas em redor. Mas parece não haver maneira. A luz ao fundo do túnel está longe. Por mais que se caminhe não se vê nada. Não há nada. Parece que se ficou ali sem ninguém. E por mais que se queira sair e ver o sol, as nuvens são tantas que se torna tudo ainda mais complicado. Nada do pouco que se faça ajuda ao passar destes dias. Que teimam em não ter pressa de acabarem. Porquê que há dias assim? Não eram precisos. Não mesmo. Só estragam uma pessoa, por dentro e por fora.

Estou farta. Irritada. Está tudo contra. Tudo e todos. Já não posso com nada nem ninguém. Só quero desaparecer. Estar longe uns tempos. E ter alguém que ajude com isto. E no fim, voltar ao que era antes. Estar rodeada por aqueles de quem gosto. Os quais adoro e sinto falta. Mas parece que agora estão longe e ocupados.

estória §57


As pessoas mudam. As pessoas mudam com o passar do tempo. As pessoas mudam devido ao que lhes acontece. Devido às experiências que passam. Devido também às outras pessoas. Tudo contribui para as que pessoas mudem. E este é um processo lento, na maioria das vezes. Só nos apercebemos da mudança "demasiado tarde" para se fazer alguma coisa. Com isto até parece que é algo mau. Umas vezes sim, outras vezes não. Para umas pessoas a mudança de outras é algo mau, para outras não é. Depende. Depende de quem muda. Depende do que muda. Depende do quanto muda. Depende do impacto dessa mudança nas outras pessoas. Mudar pode ser bom ou mau. Pode ser fundamental ou indispensável. Pode ser verdadeiramente importante ou algo fútil, sem valor. Pode trazer alegria ou tristeza. Pode trazer esquecimento ou saudade. Mas acho que uma verdadeira mudança é um processo bem lento. Quanto alguém muda assim como da noite para o dia aquilo é só "fachada". Só depois de uns tempos é que nos apercebemos como alguém mudou. Como está diferente. E como está diferente também a sua relação com as outras pessoas. Porque quando uma pessoa muda, as relações também se alteram. Também "sofrem" com a mudança. E mais uma vez ou para melhor ou para pior. Depende. É mau quando vimos que uma relação se altera, quando fica "menos boa". Quando isso acontece numa relação que era importante para nós. E isso faz mudar as pessoas mais uma vez. E depois as relações alteram-se. E é sempre assim. Um ciclo vicioso.
Mas pronto, as pessoas mudam e as relações alteram-se e isso afecta-nos. Mais nada.

estória §56


Domingo, 29 de Maio de 1988

Às 3 horas da manhã. No Hospital da Estefânia. Faz hoje 22 anos. Já passaram 22 anos. Como o tempo passa. Como não damos conta. Só nos apercebemos quando existe algo que acontece que nos faz pensar nisso mesmo. Alguma data memorável. E esta é. O nascimento de alguém deve ser memorável. Mesmo que não seja para todos. Mas deve ser. E é sempre bom vermos que os outros se lembram de nós. Eu gosto. Não importa se estão longe ou perto. Se já se conhecem há muito tempo ou há pouco. Se falam sempre ou de vez em quando. Se gostam muito ou pouco de nós. O que importa é que se lembraram de ti naquele momento. Sabe bem. Aquece o coração. E vemos que afinal é um dia memorável. E isso faz-nos pensar no tempo. No que já se passou. No que já se fez. No que antes se queria. No qe antes se sonhava. No que antes se desejava. No que se tem agora. No que se fez até agora. No que se tornou realidade. No que aconteceu inesperadamente. Nas coincidências. No que se deseja para o futuro. No que se sonha. No que se quer alcançar a todos os níveis. Olho para trás e vejo o que fiz da minha vida durante estes 22 anos. Os caminhos que decidi percorrer e até onde me levaram. Penso. Já houve momentos em que me arrependi de algumas coisas. Mas hoje, hoje não. Se voltasse atrás, voltaria a percorrer os mesmos caminhos. Se calhar mudava um ou outro pormenor, mas fazia os mesmos caminhos. Tudo o que está para trás faz parte de nós. E eu não seria a mesma se não tivesses percorrido esses caminhos. E eu gosto do sou hoje. Apesar de existirem sempre coisas que uma pessoa mudava em si. Também tenho isso. Mas sem elas, voltamos ao mesmo. Não seria o que sou hoje. Os caminhos que já fiz levaram-se a sítios fantásticos. Momentos que vão ficar para sempre. Pessoas essenciais que encontrei. E sem as quais hoje não me imagino. Dificuldades que me ajudaram a crescer. Erros dos quais retirei algo e nos quais existia sempre alguma coisa boa.

"Desejo a mim"mais caminhos para percorrer. Que encontre mais pessoas. Que a vida me sorria apesar de existirem dificuldades. "Desejo a mim" mais erros para cometer e que haja sempre algo bom. "Desejo a mim" que continue perto das pessoas fantásticas que conheço e que possa sempre contar com elas.

"Sou sempre eu a mesma... Mas com certeza não serei a mesma para sempre."
*Clarice Lispector

estória §55


"Dança é música feita visível."
*George Balanchine

Dançar torna-nos vulneráveis.
Acabamos por nos expor sem nos darmos conta. Expomos o que certa música nos transmite, expomos o sentimento que ela nos provoca.
Sem nos apercebermos tão bem, ficamos ali à mercê dos olhares dos outros, à mercê dos seus juízos de valores, dos seus pensamentos, que não podemos de algum modo controlar, a não ser que nos controlemos a nós próprios e não dancemos livremente.

estória §54


Ontem foi a Bênção das Fitas. A meta está próxima. Já a avisto. Uma etapa está prestes a acabar. Mais uma etapa na minha vida. E passou tão rápido. O tempo voa e não se dá conta. Isso mete-me medo. Muito medo. Fico a pensar se terei aproveitado bem este tempo. Pois não há maneira de ir para trás e refazer tudo. Não tenho essa oportunidade. E assim fico a pensar se terei feito tudo o que queria e o que gostava. Mas não sei a resposta a isso. Não consigo ver se faltou alguma coisa. E tudo isto mete-me um certo medo. Foram 3 anos em grande! Tenho a certeza. Mas poderiam ter sido melhores? Não sei. Mas sei de muitas outras coisas. Olho para trás e sei o que fiz. O que aconteceu. Quem conheci. O que vivi. O que senti. Sei quem deixei que entrasse na minha vida. Sei quem me fez sorrir. E quem me fez chorar. Sei dos bons momentos. E dos menos bons. Sei o que aprendi. Sei tudo isto. E o coração fica assim apertadinho. Conheci realmente gente fantástica. E que irá ficar para sempre na minha vida. Conheci gente não tão fantástica. E que por motivos diferentes também ficarão na minha vida. "Há gente que fica na história da história da gente". E todos eles me ajudaram a crescer. Contribuiram para o que sou hoje. Deixaram um bocadinho deles em mim. E espero que tenham levado um bocadinho de mim com eles. A vida é isto. Tão só. Ir pelo caminho que de algum modo se escolheu. Observar o que nele se encontra. Pessoas. Coisas. Oportunidades. Absorver isso. Retirar de lá algo. Aprender. Viver. E continuar a caminhada. Agora continuo a caminhar. E vou diferente devido a isso. Vou diferente por dentro. Levo mais bagagem na alma. Aprendi coisas novas. Reformulei algumas que pesava estarem certas ou serem as melhores. Fiz amizades novas. Fortaleci as que já tinha. Mas agora vou continuar a caminhar. A meta está quase ali. E sim. Sinto-me cansada. Sinto-me farta. E quero chegar rápido. Mas também estou ansiosa. O que virá a seguir? Eu não sei bem ainda. E isso também me traz medo. Não me sinto confortável sem ter a certeza do que vem a seguir. E faz-me ficar inquieta. Nervosa. Com medo. "E quando à tua frente se abrirem muitas estradase não souberes a que hás-de escolher, não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera. (...) Fica quieta, em silêncio e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te e vai para onde ele te levar". Mas estou a contar com a minha bagagem. As coisas "velhas" que já cá tinha e as novas. Para me ajudar no novo caminho que irei trilhar. Pois tudo fica mais fácil quando se tem alguém ao lado. Alguém amigo. Que nos apoia. Compreende. Abraça. Dá miminhos e beijinhos. Sorri connosco. Ampara as quedas. E trata das feridas. Tudo fica mais fácil quando temos ao nosso lado aqueles de quem gostamos. E é isso que me traz alguma paz à alma. Algum conforto. Como se fosse uma luz de presença. Espero ter sempre assim pessoas à minha volta. Que estas estejam sempre de algum modo presentes na minha vida. E que encontre novas pessoas no caminho que me espera. Que venham novas oportunidades. Novos momentos. Novas alegrias e tristezas. Novas vitórias como esta. E também erros como os que fiz no passado e com os quais se aprende. Que haja muito mais de muitas coisas. Obrigada a todos os que encontrei no meu caminho. Que partilharam alguns passos comigo. Por motivos bons ou menos bons. Por momentos bons ou menos bons. Obrigada.

estória §53


Dói. Dói muito. E faz(es)-me ficar triste. Queria tirar tudo de mim. Tudo o que tenho cá dentro sobre isto. Há coisas que não devem ser (re)encontradas. E isto é uma delas. Para quê que abri aquela caixa velha com tanto pó do passar dos anos? Para quê que vi o que estava lá dentro? E para quê que senti isto? Agora dói. E agora só quero tirar isto. Mas não sei como. Quero que passe rápido. Quero esconder outra vez a velha caixa. E quero não saber onde a pus. Que fique lá mesmo no fundo do quarto. Tão fundo que não a veja. Que não avistar nem um canto que seja. É isto que quero. Mas não consigo. Preciso de algo que me distraia. Para que possa arrumar a tal caixa sem dar conta de onde a arrumo. Não quero mesmo mais olhar para ela. Nem que ela olhe para mim. Não quero que os nossos olhares se cruzem. Não quero sentir aquele silêncio entre nós. Fico triste. Sinto-me triste. Triste e ignorada. Por isso é que quero arrumar o raio da caixa. Só foram coisas más que lá estavam. E já não quero mais coisas más. Não aguento.
Quero esconder outra vez a velha caixa. Preciso. Preciso mesmo.

estória §52


dreams keep me alive

Não ando nem desando. Parece que estou parada. Não sei que fazer. Que dizer. Simplesmente todo o meu eu parou. A minha cabeça anda às voltas. Contudo não saio daqui. Não deixa este assunto ir embora. Fiquei presa a ele. Aquele momento. E agora parece que não sou capaz de viver sem pensar nisso. Sem lembrar isso. Como se pode ficar tão preso a algo? Queria andar comigo e com a minha vida para a frente. Deixar para trás o que não interessa. Porque sim. Isto não interessa mais. Apenas foi algo que aconteceu e que guardo lembrança. Mas mais nada. Pelo andar da carruagem, mais nada. E porque não consigo eu fazer isto? Seguir para a frente é que é o caminho. Eu sei que sim. Mas ao mesmo tempo tenho os pés presos a este chão. E a cabeça sempre a matutar no mesmo. Quero que isto vá de vez. Só quero a lembrança. Nada mais. Por favor. Preciso de deixar isto aqui e voltar para o meu caminho. Preciso de outros sonhos para me manter viva e a caminhar.
Este só me faz ficar parada.       

estória §51


Na vida, o mais importante são somente os momentos, no verdadeiro sentido da palavra. Tudo "o depois" não interessa (não devo atribuir significado). Cada vez acredito mais nisso. E, se por um lado, acho que é mau, por outro, acho que nem é assim tão mau. Porque se deve aproveitar os momentos e dar-lhes significado. Um momento é um breve período de tempo, um instante, um tempo ou ocasião em que alguma coisa se faz ou acontece. É no momento que temos e devemos estar. Dure ele segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses ou anos. Porque um momento pode durar muito tempo. O tempo que acharmos que esse momento tem, precisa. O tempo que lhe quisermos dar. E nesse espaço de tempo temos que estar lá a 100%. Cabeça, tronco e membros. Coração e alma. Tudo de nós ali. Naquele tempo. Só isso importa. Porque depois disso acontece alguma coisa que interrompe esse momento e deixamos de o ter, acaba. Por isso, a nossa vida não é só um momento, mas vários, muitos. E, digo mais uma vez, é isso que temos que guardar, que temos que dar significado. O depois não interessa. As interrupções entre esses momentos não são importantes. Se fosse faziam parte do momento. Cada vez acredito mais nisto. E cada vez tenho mais provas disto. Cada vez tenho mais momentos na minha vida. Momentos cada vez mais pequenos. E cada vez mais intervalos. Cada vez intervalos "mais maiores". E isto faz-me acreditar cada vez mais nisto de só os momentos valerem e terem importância, significado. Porque tudo o que faz acabar o momento, tudo o que é intervalo só me faz sofrer, chorar. Dói. Dói mesmo. Vou mesmo lá ao fundo. Bato lá no fundo e torna a doer. Assim, agarro-me a momentos passados. Instantes felizes. Tempos bons que funcionam como âncora e bóia. Que me mantêm à superfície enquanto penso neles. Enquanto acredito neles, à espera que o intervalo acabe e volte um momento novo. Algo a que atribue significado. Algo que signifique algo para mim. Algo que me encha. Momentos. A vida de qualquer um de nós é isso. Uma colecção de momentos. No fim, uma curta-metragem de momentos, onde se cortam todos os intervalos. Fica o essêncial. Aquilo que tem significado para nós. Aquilo que nos constitui.
Cada vez acredito mais nisto.

estória §50


A little time always sets things right.
*

É disso que eu preciso. De tempo. Das coisas ficarem bem para o meu lado. Há confusão a mais na minha vida. Na minha cabeça. Tudo está de pernas para o ar e não creio que sou assim tão forte para aguentar. E o vento vai levar tudo com ele. Preciso que as coisas acalmem. Que tudo volte ao que era à uns anos atrás. À uns anos valentes. Preciso de respirar profundamente com os olhos fechados e imaginar que tudo está bem. Que esta tempestade está quase a passar. Que é só mais um tempo. Mas preciso mesmo de saber que é só mais tempo. E depois tudo vai ficar bem. Calmo. Vou ficar melhor comigo mesma. Esquecer as coisas estúpidas que têm acontecido. Esquercer quem tenho que esquecer. E seguir em frente de cabeça erguida e sorriso na cara. Porque pior que isto acho que não deve haver muito mais. O que sinto. Não poder fazer nada. Não saber o que fazer ou dizer. Sentir-me pequena a precisar de um abraço forte e de um colo. Um beijo na testa e ouvir que isto vai passar pois é só um sonho mau. E que vai passar e eu vou-me esquecer daqui a uns dias. Queria apagar certos dias da minha vida. Certos pensamentos e sentimentos. Preciso que a vida me dê tempo para as coisas voltarem a ficar bem. Para eu ficar bem. Sentir-me bem. E depois preciso de mais coisas. Mas para já chega-me o ficar bem e sentir-me bem. Preciso de tempo só para isso.
E seguir em frente de cabeça erguida e sorriso na cara.

estória §49


Deve ser mais corajosa. Quando a vida não acontece da forma que queremos, regra geral não é sinal de que devemos desistir; é um sinal de que temos de ser mais corajosos. (...) Não é repetir as mesmas coisas vezes sem fim, mas fazer algo radical, valente, atrevido e novo.
*Menna Van Praag

Normalmente quando te deparas com uma dificuldade, com algo que te abala e que te faz sentir incapaz, tens duas alternativas. Ou isso te abala mesmo. Te deita abaixo. E desistes. Ou faz exactamente o contrário. Dá-te mais garra e vontade para continuar e não desistir. Há pessoas que são mais pela primeira. Há outras que são mais pela segunda. Devíamos de ir sempre pela segunda. Vemos um obstáculo e não deviamos de baixar os braços. Vemos que algo é dificil e não deviamos simplesmente dizer 'não sou capaz, não consigo'. Tens de ser capaz. Não podes ficar para aí perdida. A ver os dias simplesmente a passarem uns atrás dos outros. A acomodares-te. Não te podes acomodar. Tens de reagir. Pensar que consegues mudar a situação. Arranjares soluções. Arriscares. Sim! Arrisca. Por favor. Não podes continuar assim. Faz-te mal. A ti e aos que gostam de ti. Porque eles também sofrem por ti. Ficam preocupados. Por isso, faz qualquer coisa. Tenta mudar a situação. Não podes ficar pior do que estás, pois não? Pensa. Não podes. E não tens nada a perder. Arrisca. Faz algo novo. Atrevido. Corajoso. Atreve-te e ganha coragem. A sério. Eu estou do teu lado para ver o resultado. Para ti.
Atrevido. Corajoso.

estória §48


Eu também tenho medo, mas não digo nada. Gosto de sorrir para a vida e pensar que tudo vai correr bem, mesmo quando os dias me trocam as voltas e chego à noite estoirado a casa, sem encontrar sentido às coisas.
*Margarida Rebelo Pinto

Também tenho medo por vezes. É normal termos medo. Significa que temos algo a perder que não queremos. E, nesse sentido, faz bem ter medo. Tenho tido alguns medos, ultimamente. Muitos para o meu gosto. E não sei o que fazer para que eles passem. Tenho medo do que vem a seguir. Tenho medo de fazer as escolhas erradas e não poder voltar atrás. Tenho medo de não saber o que fazer. Tenho medo de não conseguir seguir em frente. Tenho medo de não me sentir realizada daqui a uns tempos. Tenho medo de não ter.. Em algumas situações, gostava de ser pequena. De ter alguém que olhasse por mim. Alguém que corrija os meus erros. As minhas más escolhas. Tenho medo de ser suficientemente capaz de as tomar. E só queria que as tomassem por mim. Começo-me a sentir perdida. Incapaz. Sozinha. Mas também não sei o que fazer para melhorar isto. Amanhã terei que tomar decisões como os adultos fazem. Terei de amanha ser adulta. E não quero porque tenho medo. Preciso de ouvir que vou ser capaz. De ter alguém ao lado que confia em mim. No que sou capaz de fazer. Pois por vezes eu própria não sei de que sou capaz. Não acredito em mim. E preciso que alguém o faça. Preciso de alguém aqui ao meu lado. "Preciso-te". Gostava de te ter ao meu lado. A única coisa que me parece agora possível fazer é mesmo sorrir para a vida e pensar que tudo vai correr bem. Porque às vezes acontecem coisas sem explicação. Momentos que nos deixam felizes. E que nos permitem dar mais um passo em frente no nosso caminho. E deixar-nos com um sorriso bem grande na cara. E isso pode ter passado. Mas pode vir de novo. Tenho que pensar nisso. É como algo que me ajuda a ir em frente. Enfrentar os medos. E ultrapassá-los.
Porque tenho medo. Mas tenho que sorrir para a vida. Pensar que tudo vai correr bem. Que nada acontece por acaso. E que pode voltar a acontecer.

estória §47


No fundo a vida é uma questão de escolhas. Estamos aqui porque escolhemos, porque decidimos estar aqui. Ninguém nos diga que é impossível ou que devia ter sido feito de outra forma. Fizemos opções que entendemos, tendo em conta aquilo em que acreditávamos. E é assim que vivemos todos. Em busca de algo que não sabemos explicar e a que podemos chamar felicidade, amor, perfeição ou outra coisa qualquer.
*Ricardo Antunes

Caminhamos sempre para algo. Em relação a algo mesmo que não saibamos o que é de verdade. O que é concretamente. Todos buscamos algo nesta vida. A vida é para isso. Para se chegar a alguma coisa. Apenas não sabemos o que é. Podemos ter uma ideia. Mas por vezes, nem tudo o que pensamos que é, o é na verdade. As coisas disfarçam-se. Se assim o posso dizer. Pensamos que é aquilo que temos que alcançar. E depois vai-se a ver... Chega-se a isso... E puff... Afinal não era aquilo. Não tinha nada a ver. Por isso, tentamos alcançar algo que não sabemos explicar. Tentamos alcançar isso pelas nossas escolhas. Pelo que pensamos escolher de melhor para nós e para os que estão à nossa volta. Escolhemos a todo o momento. E podemos não nos aperceber disso. Mas fazemos escolhas a todo o instante. Ir por aquela rua e não por outra. Passar naquele sítio e não noutro. Ir de metro em vez de autocarro. Faltar à aula em vez de ir para lá fingir que se está atento. Estar aqui a escrever em vez de ir sair ou ver televisão. Todas estas pequenas e inconscientes escolhas influenciam a nossa vida e o que nos acontece. Nada acontece por acaso. Porque somos nós que de um certo modo provocamos essas coisas para que aconteçam. Vamos construindo a nossa vida. Pequenos passos todos os dias. A todo o momento. Com o objectivo de alcançar algo.
Felicidade? Amor? Perfeição? Sim, pode ser isso. Não sei. Sei que ainda não alcancei tal coisa. Ainda não a tenho.

estória §46


Queres? Vai à luta! Desejas? Concretiza! Sonhas? Torna realidade pelas tuas mãos, tu própria.
*
2010 chegou! Já entrou nas nossas vidas. É o primeiro dia do ano. Ainda por 12 minutos. Ainda estamos no primeiro dia do ano. Começaste bem o ano? Estiveste com quem mais gostas? Já falaste com aqueles que te são mais queridos? Espero que sim. Que todos vocês tenham entrado com o pé direito, meus amores. Espero que tenham pedido os vossos desejos às doze badaladas. Quando foi assinalada a entrada neste novo ano. Espero que tenham aproveitado bem o 2009. Que tenham tirado partido de muita coisa. Que tenham aprendido com o que a vida vos trouxe. Que tenham sido felizes. Que tenham tido bons momentos. E maus também. Porque é com estes que mais se aprende, essencialmente. Que tirei deles o que de positivo houve. E os erros, o que pensam que foram erros, que esses possam servir para 2010. Que tenham muitas recordações, afinal. É bom ter recordações. Ter certos momentos dentro de nós. Sem sabermos que os temos. Mas ter e lembrá-los quando menos esperamos. Quando precisamos dele de novo. Para renovar a alma. Para trazer a alegria de volta. Para pôr um sorriso na tua cara. Espero também que os tais desejos que pediste se concretizem. Vocês merecem todos. Mas também não fiquem a pensar que basta pedir e esperar. Tens de ir à luta. Arregaçar as mangas. Não podes ficar à espera que as flores cresçam se antes não plantares as sementes na terra. Tens que ser tu próprio a ires para teres o que queres. E vai saber melhor quando conseguires. Porque foi algo que veio de ti. Com o teu esforço. Por isso, mais que tudo, espero que 2010 te traga essas oportunidades. E mais. Que essas oportunidades sejam mesmo para ti. Que tu saibas que as vais conseguir.
Desejo tudo de bom para vocês. E peço-vos que acreditem. E que sejam felizes!