estória §131

Ainda tanta coisa cá dentro. É um aperto tão grande. As coisas passam como um filme antigo. E revejo as cenas uma e outra vez. Imparável. Mesmo que doa. É imparável.

Ainda daria tudo para isso. Para [te] sentir de novo. 

estória §130


Eu queria ter de novo o que houve. Tenho saudades disso. Queria mais. Mas há um tempo para tudo. E o tempo desses bons momentos já lá vai. Agora é tempo de arrumações. Vou recolher tudo. Limpar o espaço. Às vezes é necessário. E esta é uma altura em que é mais que necessário. É fundamental. Há que guardar tudo o que não faz falta. [Apesar de ao mesmo tempo sentir falta.] Nestes casos não se deita fora. Não quero fazer isso. Há coisas que foram muito importantes para mim. [Foste importante. Sim.] Por isso, há que guardar. Uma vez que já não “me servem”. Quer dizer, não as posso ter no meu dia-a-dia. Por mais que ainda as queira. [Mesmo ainda te querendo.] Então, há que guardar. Transformá-las em recordações. Tão só e apenas isso. Recordações.

[Guardar-te numa das tantas gavetas da tal cómoda.]