estória§174

Já prometi a mim própria, uma mão cheia de vezes, que não tornaria a falar contigo até seres tu a vir falar comigo. Já quebrei essa promessa uma mão cheia de vezes. Nunca consigo levar isso avante. Seja contigo ou com outra pessoa por quem tenha algum interesse. [Sou uma fraca nesse aspeto.] Tu atormentas-me. Fazes ser quem eu não sou. Irritas-me. Fazes-me sentir confusa. Em baixo. Um tormento mesmo. E então aí eu prometo que não vou falar mais contigo. Até que passado 1 dia, já estou a pensar no que te posso perguntar e querer saber para meter conversa contigo. E quebra-se a promessa. E isto acontece vezes sem conta. Porquê? Porque eu gosto de insistir no que parece não ter solução. Não ter caminho. Porque eu quero falar contigo, conversar, saber coisas de ti. Porquê este interesse? Não sei ao certo. Mas sinto que cada vez está a ficar maior. Apesar de andarmos sempre às turras. De não concordarmos com quase nada do que o outro diz. De já me ter sentido muitas vezes em baixo com coisas que dizes. Porquê que tem que ser assim? Não sei. Mas eu quero A e tu B. Eu também quero B [cada vez quero mais], mas primeiro quero o A. Quero as coisas do modo “correto”. Sou tradicional. Já te o disse. Mas estás diferente e eu não percebo. Uma coisa é certa: tu mexes comigo. Porquê e de que maneira? Eu não sei.

estória§173

Será que te lembras de mim? Que nesta semana que passou, eu andei pela tua cabeça? Nem que fosse só por um momento. Tu passaste pela minha. Praticamente todos os dias para não dizer que foram todos os dias. Lembrei-me de ti, da nossa conversa, que li e reli. Não sei. Não sei o que sentir, o que pensar ou o que fazer. Queria que as coisas tivessem começado de outra maneira. Uma parte de mim quer acreditar piamente que dizes a verdade. Outra parte está magoada e irritada e não acredita em nada do que possas dizer para a outra parte de mim prevalecer. Dizes que não tenho interesse. E não tenho um interesse genuíno, de ser daqueles interesses à primeira vista, uma vez que eu sei quais foram as intenções iniciais e não querer isso. Quero mais e tu agora também dizes que queres mais. Mas eu não consigo acreditar nisso. Contudo balanço. E como balanço, queria apenas que as coisas tivessem sido diferentes. Porque se fossem diferentes, conseguiria se calhar que o interesse se tornasse mais vincado. Assim, eu não esqueço como as coisas foram. Não consigo. Não consigo dar uma segunda oportunidade. Porque o meu todo não está de acordo com isso. É uma luta interior. 'E se tivesse resultado?', é o que argumenta uma parte. 'E como ele já me deitou abaixo?', responde a outra. Já tivemos muitos momentos maus para algo que nem chegou a começar. Se fosse para ser, não teria de haver mais bons que maus? ... Quem me dera que tivesse sido diferente. Quem me dera.