estória§137


Será verdade? Aquelas coisas que se leem em livros, que se veem em filmes, que se imaginam na nossa cabeça. Acontece mesmo? Começo a duvidar. Começo a duvidar que os meus sonhos sejam apenas isso, sonhos, pensamentos, histórias imaginadas e nada mais que isso. E que a culpada disso seja mesmo eu. Que ponha a fasquia demasiada alta. Que exija demais. Que queira demais. Que os sonhos façam isso. Que sejam eles os responsáveis. Que me afastem da realidade. Que não me deixem aproveitar o que há. Porque afinal, queria que fosse como nas histórias imaginadas. E a minha voz sonhadora sussurra: um dia. Sussurra para que ninguém oiça e boicote as coisas. Porque às vezes queremos mesmo alguém ao nosso lado. Por mais que a vida corra bem, às vezes isso faz falta. Às vezes é só isso que faz falta. E acreditando que é um dia, vive-se feliz com esse pensamento. Vive-se feliz com as pequenas coisas do dia-a-dia. Vive-se feliz com quem nos faz feliz no presente. O que importa mesmo é que no final do dia estejamos assim: felizes. Seja pelo trabalho que correu bem. Seja pela companhia das pessoas. Seja por se ter apanhado os transportes todos tal como se queria. Seja pelo “engate” de um miúdinho, que sabe como deliciar uma rapariga. Seja por não se ter apanhado chuva. Seja pela festa que o nosso animal faz quando se chega a casa. Seja por se ter ouvido uma das músicas preferidas na rádio. Seja pelas conversas parvas que se têm. Seja pelo que for. Simplesmente dar valor a isso. Simplesmente ficar feliz com isso. Sem pedir mais. Sem querer mais. Pelo menos por agora.

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