estória §98


Cada pessoa tem na vida o que merece. Esquecendo o sentido negativo associado a esta frase, acredito que cada pessoa tem o que merece, o que necessita de verdade para ser feliz. E existem muitos modos de uma pessoa ser feliz. Se por um lado acredito que somos nós que fazemos o nosso próprio caminho, também acredito, por outro lado, que há coisas que já estão destinadas a acontecer-nos. Existem vários ‘pacotes’ de felicidade, tantos quanto a imaginação permita, porque o que pode ser o auge de felicidade para mim, pode não o ser para outra pessoa. Por isso, há que haver diversidade, para agradar a gregos e a troianos. Esses ‘pacotes’ são a parte destinada a acontecer na vida de cada um. E tudo o resto depende de cada pessoa. O caminho que cada um de nós escolhe depende dele. Apenas dele próprio, das escolhas que faz, do que permite ficar ou não na sua vida. Acho que se pode dizer que temos sorte quando escolhemos o caminho que está no ‘pacote’ que nos foi destinado, atingindo a nossa felicidade. Nem sempre percebemos à primeira qual é o nosso ‘pacote’. E por vezes, isso torna-se bastante difícil. E ficamos fartos por a vida nos correr mal. Ao fim ao cabo, foram as nossas escolhas que nos puseram na situação em que estamos. Outras vezes, desejamos tanto outro ‘pacote’, outro ‘final feliz’ para nós, que ficamos cegos e torna-se difícil ver qual é mesmo o nosso ‘final feliz’. Todas as pessoas querem um. Todas querem um ‘final feliz’. E por isso é que por vezes ficamos com inveja dos ‘finais felizes’ das outras pessoas que estão ao nosso redor. Porque nós só queremos um também. Apenas isso. Mas precisamos de nos afastar disso. Situarmo-nos num plano superior e pensar que há outros modos de ser feliz. Pensar que existem milhares de ‘pacotes’ e que talvez é hora de nos desviarmos do caminho que tomámos como garantido. Arranjar coragem e escolher outro. Começar do zero. Porque pode ser esse caminho desconhecido a nossa sorte.

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