estória §38


Nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia, perfeito meu coração. Se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse.. Que perfeito coração morreria no meu peito, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia, perfeito meu coração. 
*Amália Hoje

Vão e vêm. Como tudo na vida. Alguns ficam por um tempo. Dias, meses, anos, décadas. Mas acabam todos por ir. Enquanto ficam, enquanto estão connosco. O nosso coração cabe perfeito na mão do outro. Bate num compasso perfeito com o do outro. Perfeito. É tudo perfeito. E chega a altura em que já não se voa mais nesse sentido. Já não é perfeito. E fica então vazia, a mão onde perfeito bateu o coração. Fica assim por um tempo. Até que o nosso olhar encontra outro. Um novo olhar que fica preso ao nosso. E descobre-se um nova mão onde o nosso coração cabe perfeito, onde bate perfeito.
De novo tudo perfeito.

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