Comecei[-te] a arrumar. Abri uma gaveta
das que estavam vazias na grande estante que tenho [em mim]. Não gosto de
arrumar estas coisas. Só gosto de mais tarde as rever e sorrir com tudo o que
me vem à cabeça. Mas para isso terei sem dúvida de [te] arrumar. Hoje abri a
gaveta. Tomei esta árdua decisão. O que custa é o primeiro passo, é o que se
diz. Espero que agora os outros passos venham mais naturalmente e não exijam
tanto de mim. Fico exausta. E só me apetece deitar-me, fechar os olhos e pensar
que tudo poderá ficar bem. Mas a vida não é assim tão fácil. As coisas nem
sempre são como nós gostaríamos. E isto está bem longe de ser o que que queria.
Mas hoje abri a gaveta. E estou sentada em frente dela simplesmente a olhar. E
acabei por decidir que [te] ia dar a última oportunidade antes de arrumar
definitivamente as [tuas] coisas. Espero que este pequeno intervalo seja
aproveitado. E que as coisas tomem o rumo [que tu aches] certo. Eu sei qual
seria esse rumo. Mas não sou eu que vou decidir isso. Não me compete a mim
decidir muito mais coisas. Não vou fazer muito mais. Vou ficar quieta. Deixar o
intervalo passar e depois arregaçar as mangas e arrumar[-te], com o objectivo,
não de [te] esquecer, mas sim de organizar a vida e começar um novo caminho e
mais recordar tudo.
A gaveta
ainda está aberta. E o intervalo ainda não acabou.
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