Nunca se sabe. É verdade. [Tens
razão.] Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã. Podemos sair de casa e, ao
atravessar a rua, um carro vir contra nós e morrermos. Podemos sair de casa e,
ao virar da esquina, esbarrar contra alguém que nos tira o ar. Podemos sair de
casa e alguém nos assaltar. Podemos sair de casa e, ao estarmos parados no
trânsito, alguém do carro ao lado nos sorrir. Podemos sair de casa e
acontecer-nos tudo e mais alguma coisa. [E, assim, um dia, posso sair de casa
porque tive um convite teu. E quem sabe o que virá daí.] Mas também sei, por
experiência própria, que poucas vezes existem segundas oportunidades. Que há
momentos para certas coisas existirem e que passado esse tempo já não resultam
mais. [Se fosse para acontecer outra vez, já teria acontecido algo.] Mas também
acredito [ou quero continuar a acreditar] que às vezes a vida troca-nos as
voltas e se há coisas que têm que existir, tudo sopra a favor delas e só percebemos
o porquê mais tarde. O que ganha no final? O nunca se sabe? O não existirem
segundas oportunidades? O que a vida nos pode trazer? [Irei ganhar-te?] O tempo
irá ajudar. Como em tudo. Para o bem ou para o mal. É esperar. [Espero uma
palavra tua.]
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