Há um ano atrás não diria que estaria aqui hoje. Não diria que a
minha vida fosse esta. Nunca se sabe o que pode vir. Onde poderemos estar. Com
quem poderemos conviver. Aonde poderemos chegar. Novas pessoas entraram desde
há sete meses atrás. Novos locais começam a ser-me tão familiares como a cidade
onde vivo. Novas oportunidades profissionais vieram. Mas não foram só coisas
novas que surgiram. Perderam-se coisas. Pessoas ficaram pelo caminho, numa
estação qualquer em que parámos. Sítios deixaram de ser frequentados. Tempo
livre reduziu. E também houve algumas mudanças. O coração mudou [não sei se
para melhor ou para pior, mas está diferente porque a realidade não é a mesma].
O estilo de vida mudou [e por um lado é bom sinal, por outro é um pouco mau]. As
rotinas alteraram-se. Mas também houve coisas que se mantiveram. É bom manter
algumas coisas. É essencial. Mesmo que não sejam todas as coisas que queríamos que
se mantivessem. Certas amizades mantêm-se. Certos locais mantêm-se. Certos
pensamentos mantêm-se [e que já deviam ter ido].
O tempo, mais as oportunidades que soubermos e conseguirmos vislumbrar
no dia-a-dia, mais a força de querer fazer isso – é o que faz a nossa vida
mudar. Conseguem transformar as nossas vidas. Quem sabe de um dia para o outro.
Nunca sabemos o que poderá acontecer amanhã. Nunca se sabe o que poderemos
esperar ao sair de casa amanhã de manhã.
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