Ela não contava com ele. Ou melhor, ela não contava com ninguém. Não
estava à espera que alguém novo fosse aparecer na sua vida. Mas ele veio. Ele
entrou de um modo estranho na vida dela. E foi ficando. E ela começou a gostar.
E gostou rápido, como lhe acontecia sempre que começava a gostar de alguém. Ele
continuou lá. Mesmo quando não estava pessoalmente, ele continuava presente no
seu pensamento [e continua]. Coisas boas foram acontecendo. Coisas que a
deixavam feliz. Ele deixava-a feliz. Mas ela sempre teve medo e mostrava-se
insegura. No fundo, ela tinha medo que isto fosse como era das outras vezes que
gostava de alguém. E acabou por ser. Afastaram-se sem, se calhar, se darem
conta, sem o quererem fazer. Mas estava a acontecer. Houve falhas. Ela não
queria aquilo. Ela tinha certezas. Do que sentia. Do que queria. Apesar disto,
duvidava dele. Ele não tinha certezas. As coisas para ele tinham desaparecido.
E isso já não a deixava feliz. Mas antes com saudades. Saudades dele. Do que
existiu. E, principalmente, do que poderia ter existido.
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