Os gestos pesam muito. Têm grande importância. Definem uma pessoa e mostram
os seus sentimentos. Por gestos demonstra-se por vezes o que não se consegue
transmitir por palavras. E no fundo, o que fica na memória são os gestos que as
pessoas têm para connosco. É o que fica daquela pessoa. Porque ao lembrarmos
isso, lembramos o modo como nos sentimos com ela, o que nos fez sentir numa
dada altura, num dado momento. Contudo, as palavras também têm a sua cota parte
nisto tudo. Dizem que ‘palavras, leva-as o vento’. Bem, a longo prazo isto até
pode ser verdade. A pessoa esquece, as memórias não são tão claras do que
ouvimos dos outros, podemos relembrar a ideia geral, mas o que fica gravado são
o que fizeram. Agora a curto prazo.. As palavras têm um impacto imediato. Dizem
algo e aquilo entra em nós. E fica lá a ressoar por uns momentos. E acreditamos
naquilo que nos disseram. Que pode ser verdade ou não. E nesta parte, os gestos
ajudam a confirmar isso. Os gestos podem ou não ir de encontra às palavras.
Mas, tal como as palavras têm impacto, a falta delas também. Uma pessoa pode
ser só gestos. Gestos para tudo e mais alguma coisa. E isso é bom. É o que vai
ficar, certo? Mas por vezes uma pessoa precisa de ouvir de outra aquilo que ela
nos faz sentir. Um modo de consolidar as coisas. De um certo modo, pôr as
coisas em pratos limpos. Precisamos das palavras para ter a certeza do que
sentimos. Precisamos das palavras para acreditar que é mesmo aquilo. Porque o
que sentimos nem sempre é assim tão claro. Precisamos das palavras para tornar
mais real o que os gestos tentam transmitir.
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