‘E se eu te dissesse ‘Olá!’?’, pensa ela com o coração nas mãos, a
olhar para ambos os lados como se estivesse a fazer algo errado e na esperança
que ninguém a visse. Ou melhor, na esperança que ninguém lhe leia o pensamento
e lhe diga automaticamente que não o deve fazer, que não deve pensar naquelas
coisas, que não deve pensar nele. Mas ele está ali. Presente como nunca no seu
pensamento e é tão tão difícil largá-lo para trás e seguir. É tão tão difícil
vê-lo ali num pequeno quadradinho do seu ecrã e não fazer nada. Provavelmente
ele não iria responder. O quadradinho iria desaparecer e ela até poderia dizer
para si mesma que calhou ele ir-se embora quando ela resolveu dizer-lhe ‘Olá!’.
Foi apenas uma coincidência. Não. Isto seria uma desculpa que ela dava a se
mesma, para se consolar. Mas só estava a enganar-se a ela própria. No fim, ela
conseguiu não dizer-lhe ‘Olá!’. Conseguiu não o dizer hoje.
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