"Each second we live is a new and unique moment of the universe, a
moment that will never be again. Do you know what you are? You are marvel. You are unique. In all the years that have passed there has never been another child
like you. Your legs, your arms, your clever fingers, the way you move. You may
become a Shakespeare, a Michelangelo, a Beethoven. You have the capacity for
anything. Yes,
you are marvel."
*Pablo
Picasso
O ser humano
quer ser sempre algo. É esse um dos seus grandes objectivos na vida. Se não o
maior objectivo dele. Nosso. Não queremos ser “um qualquer”. Queremos ser nós.
Queremos saber quem somos. Queremos que os outros saibam quem somos. E tudo
isto logo desde pequeninos. ‘E o que queres ser quando fores grande?’,
pergunta(ra)m-nos tantas e tantas vezes. Às vezes não sabíamos o que queríamos.
Ou então, queríamos muitas coisas. E enquanto crescíamos fomos mudando quem
queríamos ser. Se calhar, olhando agora para trás, não somos isso que
queríamos. Mas garantimos a nós mesmos que somo alguém. Somos sempre alguém a
partir do momento em que fomos concebidos. Mas não é nesse sentido que o ser
humano pensa quando se refere a este assunto de tamanha importância na vida
dele. É ser alguém que tenha algo, que tenha conseguido alcançar algo, que
tenha vingado. E, principalmente, que isso seja visível aos olhos dos outros
que o rodeiam. Isto é ser alguém, segundo o comum dos mortais. É importante
para ele pensar que sim, que é alguém reconhecido pelos outros. Muitas vezes
esta imagem de algum poder que queremos mostrar aos outros que temos chega a
ser mais importante do que na verdade somos mesmo, de admitir isso para nós
próprios. O que somos? O que somos mesmo? Lá o fundo? Qual a “essência”? Qual a
tua “essência”? Será que somos “grandes”, ou melhor “crescidos”, o suficiente
para olhar para nós próprios, para o “nosso umbigo” e admitirmos o que somos na
realidade? De ver que afinal somos o que queríamos quando éramos pequeninos. De
ver que somos algo parecido ou tão diferente do que queríamos ser. E de reparar
que independentemente disso somos nós. Um ser humano igual a tantos outros. Mas
com algo especial. Com uma maneira diferente de olhar o mundo. Com desejos e
sonhos por concretizar. Com metas a atingir. Com todos os defeitos e feitios.
Gostos e desgostos. Que já passou por muitos obstáculos e os venceu. Que já
percorreu um grande caminho. Que já conheceu muitas pessoas. Que tudo isto faz
a sua bagagem. E que tudo isto o faz ser quem é agora. Isto é a essência do ser
humano. E quando ele vir isso, os outros também o vão ver. Sem ele ter que
fazer “por mostrar” aos outros quem é, ou quem quer que os outros vejam que ele
é.
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