Dói. Dói muito. E
faz(es)-me ficar triste. Queria tirar tudo de mim. Tudo o que tenho cá dentro
sobre isto. Há coisas que não devem ser (re)encontradas. E isto é uma delas.
Para quê que abri aquela caixa velha com tanto pó do passar dos anos? Para quê
que vi o que estava lá dentro? E para quê que senti isto? Agora dói. E agora só
quero tirar isto. Mas não sei como. Quero que passe rápido. Quero esconder
outra vez a velha caixa. E quero não saber onde a pus. Que fique lá mesmo no
fundo do quarto. Tão fundo que não a veja. Que não avistar nem um canto que
seja. É isto que quero. Mas não consigo. Preciso de algo que me distraia. Para
que possa arrumar a tal caixa sem dar conta de onde a arrumo. Não quero mesmo
mais olhar para ela. Nem que ela olhe para mim. Não quero que os nossos olhares
se cruzem. Não quero sentir aquele silêncio entre nós. Fico triste. Sinto-me
triste. Triste e ignorada. Por isso é que quero arrumar o raio da caixa. Só
foram coisas más que lá estavam. E já não quero mais coisas más. Não aguento.
Quero esconder outra vez a velha
caixa. Preciso. Preciso mesmo.
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