Às vezes estamos assim na vida.
Temos vários momentos. Uns melhores, outros menos bons, outros mesmo maus. Mas
também necessários. Uns mais atarefados, outros com mais tempo para nós e para
os nossos botões. E temos que os viver a todos. Não podemos fugir de nenhum.
Não podemos fazer batota. Não dá, simplesmente. Mesmo que pensemos que sim. Mas
não conseguimos. E o melhor que podemos fazer é olhar para isso e ver o que tem
de melhor. O que é bom lá. Tirar o melhor partido de algo. De alguém. Da
situação. Do momento. Deixar que as coisas boas fiquem. E as menos boas que
adormeçam. Se escondam. Até as esquecermos. As esquecermos quando formos
capazes de pensar naquilo e isso ser algo normal. Que não nos afecte tanto.
Porque há coisas que temos mesmo que esquecer. Para ganharmos espaço para
coisas novas e para as antigas que realmente temos que guardar. Sim. Porque há
coisas que são boas de guardar. Relembrar. Ficar feita parva com aquele sorriso
na cara de quem está perdido nos seus pensamentos. Num mundo que só ele sabe. É
bom ficar assim. É bom podermos ficar perdidos em nós mesmos. E também é bom
poder partilhar isso com outros. Outros que são importantes para nós. Que
muitos deles são essas mesmas recordações. Estão nesses momentos. E é bom
reviver com eles isso tudo. Reviver e poder idealizar outros novos momentos.
Acabar por fazer pequenos planos para o futuro. Com aqueles de quem gostamos e
que são importantes. Mas sem nos darmos conta de tal. Poder imaginar e sonhar
de olhos abertos. Sem ter medo de cair lá da nuvém aos trambolhões. Acreditar
que pequenos sonhos se podem mesmo tornar realidade. É bom sentirmos isso. É
bom acreditar piamente nisso. Termos sempre dentro de nós um bocadinho da
criança que fomos. Sermos um bocadinho criança às vezes. Brincadeiras. Rambóia.
Sermos felizes. Eternamente felizes nesses momentos. E podermos estar com um
sorriso na cara tal e qual como uma criança. Inocente. Sem preocupações. Apenas
com o pensamentos nos amigos e brincadeiras. São os melhores momentos da vida.
Aqueles que não temos que esquecer. Aqueles que devem servir de molde para
outros. Porque quando os deixarmos de ter, a vida perde um bocado de graça.
Perde muito. E se ela perde, nós perdemos também. E não tem piada nenhuma
perder assim. Perder isso.
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